Com o envelhecimento, os homens tendem a apresentar uma queda na produção do hormônio masculino, a testosterona, o que pode lhe causar cansaço, falta de desejo sexual, disfunção erétil, estresse, entre outros problemas. No entanto, o que muitos não sabem é que a reposição hormonal é indicada apenas para casos específicos e não deve ser administrada se os níveis do hormônio estiverem normais, mesmo que haja queixa dos sintomas.
“Atualmente, as pessoas solicitam e muitos médicos prescrevem testosterona na presença de queixas como disfunção erétil, falta de desejo sexual etc., mesmo com níveis normais da testosterona. É importante ressaltar que a testosterona pode trazer problemas importantes como infertilidade, às vezes, definitiva, e o aumento da concentração de glóbulos vermelhos, que pode predispor o homem a quadros de trombose”, alerta o urologista e professor livre docente da Faculdade de Medicina do ABC Sidney Glina.
A Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), como é chamada clinicamente a queda da testosterona (também conhecida popularmente como andropausa), atinge de 15 a 20% dos homens acima dos 50 anos. A produção do hormônio pode começar a decair a partir dos 40 anos, mas, ao contrário das mulheres, nem todos os homens terão o problema.
“A idade talvez seja o maior fator de risco, mas a obesidade e a chamada síndrome metabólica também são fatores preponderantes e muito frequentemente associados ao DAEM”, afirma o urologista Luiz Otávio Torres, professor de Urologia do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH).
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico se dá depois de análise clínica e laboratorial. “Recomenda-se a dosagem de testosterona total e, se esta estiver baixa, deve-se repetir a dosagem da testosterona total, pedindo também a dosagem da Testosterona Livre Calculada, LH e prolactina, no caso de diminuição da libido”, explica Torres.
Os médicos afirmam que não há como prevenir o DAEM, mas ter hábitos de vida saudáveis contribuem para diminuir o risco para a doença. “A manutenção de uma boa saúde, dieta saudável e a prática de exercícios podem contribuir para a manutenção da produção de testosterona”, diz Glina.